Sono?
Estudar é ótimo… sonífero! Meio da manhã, após o almoço, ai… é mortal. E aí, fazer o quê?
Bom, a batalha começa na hora em que toca o despertador:
— Levanta, “tá” na hora!
— Ai, que preguiça… Preciso dormir mais um pouco… Só um pouquinho…
— Vamos lá, você tem um concurso! Seus concorrentes já estão estudando!
— “Tá” bom! “Tá” bom!
Ótimo! No diálogo interno entre o responsável e o malandro, venceu o guerreiro. A questão é que, quando vence o preguiçoso (ou o cansado mesmo; muitas vezes não é preguiça), na hora é ótimo, mas depois você se mortifica por não ter sido capaz de honrar a programação. Quando você cria coragem e se levanta da cama (ainda que seja no “piloto automático”), toma uma chuveirada, toma o café da manhã e senta-se para estudar, vem uma sensação de poder, de ter vencido a inércia. E é por ai. Todo dia a mesma batalha, como um viciado, Pense em vencer aquele momento, daquele dia.
E, no decorrer das horas, novamente aparece nosso vilão. As letras vão ficando difusas, os olhos fechando… Nessa hora, coragem. Lavar o rosto, tomar um café, mate, guaraná natural, qualquer coisa. Uma balinha também ajuda a espantar o tédio (quando passar, poderá pagar a conta do dentista). Biscoito, barra de cereais, maçã, o que mais lhe aprouver. Desde que ajude a superar a tentação de deitar e perder um tempo precioso.
Mas, existe uma exceção: há pessoas que precisam mesmo de um cochilo à tarde, de vinte minutos que seja, senão ficam imprestáveis. Dormem de qualquer jeito, sentadas, com o caderno na mão. Temos, então, duas opções: colocar oficialmente a tal soneca na programação (é o melhor) ou, se o caso não for tão grave, nos dias em que estiver insuportável, resignar-se e tirar os minutos de descanso onde estiver. Tenho um amigo que deitava nas cadeiras mesmo, sob a mesa da sala de estudo; minutos depois, levantava totalmente recuperado. O pessoal das bibliotecas costuma não gostar muito, mas acho que só deitar a cabeça sobre a mesa é aceitável.
Mas, por favor, não vá tomar energéticos à noite e depois perder as horas de sono, porque ficou “ligado”. Aí “entorta” tudo.
Uma noite, vi um amigo tomar uma bebida energética no intervalo da aula. Depois, ele bebeu mais uma. Eu perguntei:
— Caramba! Isso não tira o seu sono?
E ele:
— Não. Quer dizer, será que foi por isso que ontem só consegui dormir às duas e tal?
Enfim, é necessário dormir na hora de dormir, o melhor possível, um número de horas suficiente para o seu ritmo. Estudar na hora de estudar.
Para se ter uma ideia, o meu maior sonho para quando acabassem as provas era poder dormir um dia inteiro, sem culpa, tal era o cansaço…
E não se iluda; é uma batalha constante:
dormir ou estudar;
passear ou estudar;
namorar ou estudar;
ir à praia ou estudar;
fazer nada ou estudar.
Mantenha-se firme: estudar ou estudar. E mais: não é “estudar para passar”, mas “estudar até passar”. Depois que colher os resultados, verá que valeu a pena!
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Lia Salgado é Fiscal de Rendas no município do Rio de Janeiro e consultora em concursos públicos.
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